Ministério da Saúde não incorporará a nitazoxanida (vermífugo conhecido comercialmente como Annita) no protocolo de tratamento de pacientes com Covid-19. A droga havia sido anunciada pelo Governo como um medicamento que poderia salvar vidas.
Após um pedido de informação da Câmara dos Deputados, por meio da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o MS respondeu, nesta segunda-feira (11), que a Nitazoxanida não consta nas orientações para o tratamento da Covid-19.
Na tentativa de alavancar medicamentos que poderiam servir no tratamento precoce ou pós infecção pelo novo coronavírus, em outubro de 2020, o Governo Federal realizou um evento no palácio do Planalto para apresentar o que seriam os resultados de uma pesquisa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre tratamento precoce com a nitazoxanida. O investimento no estudo foi de R$ 5 milhões.
Na ocasião do evento no Planalto, o ministro Marcos Pontes afirmou que o remédio “reduz o contágio entre as pessoas” e “diminui a probabilidade de agravamento de sintomas”.
No Twitter, o presidente Bolsonaro voltou a defender o uso do Anitta, em publicação no dia 5 de janeiro deste ano.
Para os pesquisadores, em publicação na revista científica European Respiratory Journal, a nitazoxanida não teve evidência comprovada como terapia efetiva para pacientes com casos leves de Covid-19, redução do risco de vida ou de situações graves como necessidade de oxigênio e respiradores mecânicos.