A Secretaria de Saúde do Distrito Federal está se preparando para uma possível 2ª onda de Covid-19, portanto, mudou o protocolo de atendimento aos pacientes e fará estudo sobre o comportamento do vírus no DF.
Ao invés de hospitais de referência, como foi o caso do HRAN durante os primeiros meses de pandemia, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) serão as referências para que os pacientes com sintomas busquem atendimento e sejam triados na atenção primária.
Os casos leves de infecção, apenas com sintomas virais e menos graves (em média 80% dos casos, segundo a SES), os pacientes serão atendidos e direcionados para o isolamento em casa.
Já os pacientes mais graves, com síndrome respiratória aguda grave, serão direcionados aos hospitais regionais para monitoramento direto.
Para o novo protocolo focado no atendimento das equipes de saúde da família, serão distribuídos 600 oxímetros, 150 mil testes encaminhados pelo Ministério da Saúde e outros 18 mil testes PCR recebidos pelo Lacen.
“Não dá para saber se teremos essa 2ª onda, mas vamos nos preparar para o pior. Estamos nos preparando e a atenção primária será ator principal do enfrentamento”, ressaltou, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (10), o subsecretario de Atenção Integral à Saúde, Alexandre Garcia.
Inquérito epidemiológico e sorológico
Os próximos passos do novo protocolo de atendimento e também de desmobilização completa das unidades de referência serão divulgados após a finalização do inquérito epidemiológico e sorológico da população, divulgado nesta terça.
Equipes da SES nas 34 regiões administrativas vão sortear e fazer, por amostragem, uma pesquisa completa sobre a contaminação da população do DF.
Nós precisamos ter a noção clara de como o vírus circulou e está circulando no DF, e também a probabilidade de comportamento dele futuramente aqui nas nossas 34 regiões. Esses números que a ciência vai nos dar são essenciais”, registrou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
O inquérito será realizado em parceria com a Fecomércio, que disponibilizou 10 mil testes rápidos IGG e IGM. As equipes entrevistarão os selecionados nos próximos 20 dias e a expectativa do governo é divulgar a análise antes do fim do ano.
O estudo será realizado por equipes de vigilância epidemiológica da SES nas residências, em pessoas maiores de 18 anos.
Ainda não temos vacina ou medicamento eficaz. Precisamos de subsídios e dados epidemiológicos para tomada de decisão”, afirmou o diretor de Vigilância Epidemiológica, Cassio Peterka.
O secretário-Adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, ressalta que é importante estudar o cenário específico do DF, já que os casos foram diferentes na capital federal.
“Temos que entender que a doença teve comportamento diferente no DF. A nossa disseminação se aproximou de 7%, enquanto em nível nacional esse índice chegou a 3%. Além disso, tivemos um platô acentuado que se manteve por várias semanas, diferente de outros Estados brasileiros”, completou.
Números da Covid-19
Até 5 de novembro, o mundo contabilizava 47,9 milhões de casos de Covid-19 e 1,2 milhão de mortes.
Nas Américas, onde há a maior quantidade de casos e óbitos, 21 milhões de pessoas tiveram o registro da contaminação pelo novo coronavírus e 647,3 mil pessoas perderam a vida em decorrência da doença – 55% do total de óbitos mundial.
No Brasil, até a mesma data, 5,5 milhões de casos foram registrados e 161,1 mil pessoas morreram de Covid-19. No DF, os números chegaram a 3.733 mortes e 215,4 mil contaminados.