Informação publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (22), afirma que Ministério da Saúde pode ter que descartar um total de 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do novo coronavírus comprados pela Pasta e que irão vencer entre dezembro deste ano e janeiro de 2019.
Para se ter ideia da gravidade desta situação, basta observar o cenário preocupante de contaminação em que se encontra o país, tendo em vista a possível segunda onda de contaminação que se aproxima, e também que até hoje o Brasil aplicou cinco milhões de testes do tipo RT-PCR, ou seja, será descartado mais testes do que já foram feitos desde o início da pandemia.
Segundo o jornal, esses exames RT-PCR estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos e, até hoje, não foram distribuídos para a rede pública. Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões.
De acordo com o MS, a entrega dos testes para os Estados só acontece quando há pedidos. Ainda ressalta que nem sequer as 8 milhões de unidades já repassadas foram totalmente consumidas. Já os secretários estaduais e municipais de Saúde dizem que não usaram todos os testes que já receberam, pois receberam kits incompletos para o diagnóstico, com número reduzido de reagentes usados na extração do RNA, tubos de laboratório e cotonetes de coletar amostras.
O governo federal é o responsável pela compra dos testes e a distribuição é feita só com a demanda dos governadores e prefeitos. Nisto, cada um joga a culpa pelo prejuízo no outro. Ainda de acordo com o Estadão, enquanto MS afirma que sua parte se resume a comprar, os outros dizem que o material fornecido é incompleto por faltar capacidade para processamento das amostras. Nisso só o povo perde, dinheiro e saúde.
O teste RT-PCR
O RT-PCR é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da covid-19. A coleta é realizada por meio de 1 cotonete aplicado na região nasal e faríngea (região da gargante atrás do nariz e da boca) do paciente. O exame custa de R$ 290 a R$ 400 na rede privada.
Solução
Na tentativa de solucionar o problema, o ministério já solicitou ao fabricante análise para alongar o prazo de validade dos produtos. Porém, um dos problemas deve continuar: a falta de outros componentes para realizar testes.
O governo federal afirmou que a Organização Panamericana de Saúde – Opas está realizando estudo “para verificar a estabilidade de utilização dos testes” e que o resultado da análise deve sair na próxima semana. Os testes foram através da organização. Questionado pela reportagem sobre o que fará para entregar os testes antes de perderem a validade, só reiterou que distribui os exames a partir de demandas dos Estados.