Por determinação do Tribunal de Contas, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) implantou o ponto digital em toda a rede, mas o sistema não tem funcionado. Sem trazer benefício algum, a medida gera reclamações em todas as regionais.
No Hospital de Samambaia (HRSAM), foram instalados dois equipamentos para o registro do ponto, mas, atualmente, apenas um está em funcionamento. Dezenas de servidores se aglomeram, tanto na entrada, quanto na saída dos plantões, e chegam a perder até 40 minutos na fila, isso quando o sistema não dá problema e agrava ainda mais a situação.
Para Marques, motorista do HRSAM e diretor do SindSaúde, a cena mais parece uma feira. “É sempre uma grande confusão e o constrangimento é geral”. Segundo ele, “nem a administração, nem a diretoria, estão tomando providências, pois o transtorno vem se arrastando há dias”.
A direção do SindSaúde já enviou ofício à Secretaria de Saúde e os servidores esperam um posicionamento do secretário da pasta, Dr. Rafael Barbosa. “O ponto eletrônico foi uma determinação de um órgão regulador que não conhece o funcionamento de um hospital. A unidade hospitalar não é uma linha de produção, não se monta máquinas, se cuida de gente. Tragédias não têm hora marcada para acontecer. Esses 40 minutos perdidos numa fila podem custar a vida de um paciente e isso o Tribunal de Contas não avalia”, defende Marli Rodrigues, presidente do sindicato.
Para agravar ainda mais a situação em Samambaia, o único aparelho de ponto que funciona no hospital fica num local sem cobertura, deixando os servidores expostos ao sol e a chuva.