O Programa Nacional de Imunizações de 2019, em dados analisados pela Folha de São Paulo, registra a existência de queda nas coberturas vacinais nos últimos cinco anos, cuja redução já chega a até 27% para alguns imunizantes.
Em meio a pandemia do novo coronavírus, equipes de saúde dizem ver atrasos na busca pela vacinação também neste ano —o que indica a possibilidade de nova queda histórica nos índices.
A meta de vacinação de bebês e crianças, em geral, costuma variar entre 90% para vacinas contra a tuberculose e rotavírus e 95% para as demais. Abaixo desse número, há 1 forte risco do retorno de doenças já eliminadas ou aumento na transmissão daquelas que estão controladas.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, teve o maior índice de cobertura de vacinação de rotina (91,6%). Já a pentavalente, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, entre outras doenças, teve o menor registro (69%).
Para Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde, diversas questões podem alterar essa meta. “A falsa sensação de que algumas doenças não existem mais, a dificuldade de os responsáveis levarem suas crianças aos locais de vacinação e problemas na distribuição na rede de saúde preocupam bastante e agravam essa situação”, disse Marli.
Com números tão negativos para a população e com tanta expectativa em novas vacinas para diversas doenças, o presidente Bolsonaro promove campanha anti-vacina e segue desmontando a estrutura de saúde, que está sem ministro da saúde há mais de 3 meses.
“Corremos o risco de velhas doenças voltarem a nos assombrar”, alerta Marli Rodrigues.