20.5 C
Brasília
quinta-feira, 25 abril, 2024

Mulheres esperam no mínimo 1 ano para fazer reconstrução da mama no DF

Saiba Mais

SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

No Distrito Federal, apenas quatro equipes realizam o procedimento na rede pública

Vencer o câncer não é fácil, são inúmeros exames, medicamentos e sessões de quimioterapia. Em alguns casos, para alcançar a cura é preciso mutilar o corpo. Para as mulheres, pode envolver aquilo que é mais simbólico com relação à feminilidade, os seios. Algumas brasilienses que passaram por essa batalha, hoje esperam por, no mínimo, um ano pela cirurgia de reconstrução de mama. No Distrito Federal, apenas quatro equipes realizam o procedimento na rede pública.

As cirurgias são realizadas no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), de Santa Maria, de Sobradinho e no Hospital de Base. Em 2015, foram feitas 80 operações, todas no Hran. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, três equipes de cirurgia plástica e uma de mastologia atuam nas unidades. A pasta não informou quantas mulheres aguardam pelo procedimento. Há estudos para a contratação de novos profissionais para aumentar a assistência, mas nada foi definido. O procedimento na rede particular pode custar, em Brasília, de R$ 5 mil a R$ 40 mil.

A doméstica Adriana Schutz (foto principal), 47 anos, descobriu o câncer de mama em 2012. A mastectomia no seio direito foi feita no mesmo ano. Os médicos recomendaram que ela não fizesse o procedimento de reconstrução imediatamente, pois ainda havia líquido no local, o que poderia trazer riscos. A caminhada para a recuperação foi longa. Adaptar-se ao novo corpo não foi fácil. Adriana teve depressão e ficou cada vez mais introspectiva.

    “A autoestima fica baixa, nos sentimos excluídas da sociedade, mutiladas. A vaidade acaba. O pior é que não é apenas a gente que sofre. Meu filho também entrou em depressão, desenvolveu um quadro de automutilação e foi preciso encaminhá-lo ao psicólogo”, explica Adriana.

Quatro anos após a cirurgia, Adriana recebeu a notícia que tanto esperava, melhorou e recebeu o encaminhamento para fazer a reconstrução da mama no HRan. “Fiz o cadastro, levei os exames necessários, mas recebi a notícia de que não tem previsão para a cirurgia. Eles nem arriscaram falar o ano que eu seria chamada”, disse.

A presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Marcela Cammarota, conta que, apesar de uma lei recomendar a reconstrução durante o procedimento de retirada, muitos hospitais públicos não conseguem cumprir a determinação.

    “A demanda é muito grande nos hospitais públicos e as filas só aumentam. Diante dessa realidade, a SBCP organiza mutirões em todo o país para tentar reduzir esse número. Só no DF, vamos fazer 50 cirurgias. Em todo o Brasil, esse número salta para 500”, destacou. “A cirurgia é de grande importância porque, além de reinserir essas mulheres na sociedade, evita problemas ortopédicos. A falta da mama pode causar alterações na caixa torácica”, completou.

As mulheres que desejarem fazer o procedimento podem se inscrever pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (61) 3346-2300. O mutirão vai ocorrer entre 24 e 29 de outubro.

Lei
Em 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a realizar cirurgia plástica reparadora da mama após a retirada em decorrência de câncer. De acordo com a Lei nº 12.802/13, quando existirem condições técnicas, a reconstrução deve ser feita juntamente à retirada da mama. A Secretaria de Saúde afirmou que a legislação é cumprida no Distrito Federal sempre que a condição clínica da paciente permite.

Em casos de cânceres muito agressivos, em que há necessidade de radioterapia, ou mesmo nos mais graves, o intervalo pode variar de seis meses a dois anos entre a intervenção e a reconstrução.

Fonte: Metrópoles

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

Estudo do SindSaúde revela perda salarial de 37,8% para os servidores da saúde, gerando revolta e mobilização

Ser aprovado em um rigoroso concurso público, atravessando diversas etapas em busca da tão almejada estabilidade e segurança na...

Mais servidores recebem pagamentos por direitos garantidos, quase 15 mil reais pagos

O departamento jurídico do SindSaúde continua a lutar incansavelmente pelos direitos dos servidores, resultando em pagamentos semanais para dezenas...

A ponta do Iceberg da triste realidade da saúde pública do Distrito Federal

A face visível do problema da saúde pública no Distrito Federal revela-se através de um cenário alarmante: metade das...
- Advertisement -spot_img
- Publicidade -spot_img