Em agosto de 2005, foi inaugurado oficialmente o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu-DF) no Distrito Federal. É inegável que ao longo destes anos, este serviço executou um trabalho eficaz e indispensável para a população do DF. Neste ano, a pandemia intensificou os atendimentos, que em 2020 já passam de 450 mil, entre urgências e emergências, dado do portal da Secretaria de Saúde do DF.
Em entrevista para o portal da SES- DF, o atual diretor da instituição, Alexandre Garcia, relembrou o caminho de sucesso do Samu ao longo de sua história. “Sinto-me honrado, porque estou no período em que fomos mais demandados na nossa história, por conta da pandemia. Foi uma prova de fogo, mas mostramos a essencialidade do serviço. Hoje, é inimaginável pensar atendimentos pré-hospitalares sem ele”, afirmou Alexandre.
A Missão do Samu é prestar atendimento pré-hospitalar móvel à população do DF, mediante regulação médica, em casos de urgências e emergências clínicas, pediátricas, traumáticas, gineco-obstétricas, psiquiátricas e toxicológicas, em conformidade com os princípios do SUS. O serviço funciona 24 horas por dia e realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas. O socorro é feito após chamada gratuita, feita para o telefone 192.
Núcleo de Saúde Mental
A única unidade federativa do Brasil que conta com um Núcleo de Saúde Mental (Nusam), no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, é o DF, por isso, este atendimento é pioneiro e exemplo para todo o país, mas precisa de fortaleciemnto. Para Lucciana Gomes, psicóloga do Nusam, o número de profissionais ainda é pequeno em comparação com a demanda, ainda mais com a previsão elevada de pós pandemia.
“Além de tudo que o Samu-DF faz com excelência, com treinamento contínuo no atendimento à população, nas transferências e resgates, nós temos também este núcleo, onde pessoas que tem passado por diversas crises de ansiedade, síndrome do pânico, ideação suicida ou estão passando por luto, por conta das grandes perdas que estamos tendo, podem fazer a ligação no 192, e o médico redireciona para o ramal do psicólogo ou do assistente social que está de plantão”, diz Lucciana Gomes.
Trote é crime
É preciso reforçar a seriedade deste serviço. O Samu está sempre atento para salvar vidas e prestar o atendimento digno e necessários aos pacientes, porém só em 2020, o telefone 192 já recebeu 14.058 trotes, o que atrapalha na execução de casos reais que podem envolver risco de morte aos usuários.
Passar trote em serviços de atendimento de urgência e emergência é crime:
Art. 340 do Código Penal – Decreto Lei 2848/40: Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 266 do Código Penal apresenta o seguinte: ‘Interromper ou perturbar o serviço telefônico’ é crime e o infrator poderá incorrer em pena de detenção de um a seis meses ou multa; e o presente artigo se enquadra em qualquer caso e vítima.
Preferência no trânsito
Outro obstáculo para o atendimento é o trânsito. As viaturas das forças de segurança ou de saúde pública têm preferência nas ruas e estradas quando sinalizam urgência com o uso da sirene ou do giroscópio. Mesmo assim, em 2020, 212 motoristas foram multados no DF por não darem passagem a carros nessas condições. O Código Brasileiro de Trânsito (CTB) prevê multa de R$ 293,47 para essa infração.
“É preciso reconhecer o trabalho do Samu-DF ao longo destes 15 anos. Já faz parte da sociedade do DF contar com o apoio e atendimento destes servidores. O respeito a estes profissionais passa por conscientização pelo fim dos trotes, mas também por políticas que gratifiquem e valorizem o serviço. Aos profissionais do Samu-DF nossos parabéns e muito obrigado!”, destaca a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
