Mais um passo em direção a celebração do acordo coletivo dos funcionários do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal. Trabalhadores do Iges-DF reuniram-se nesta quinta-feira (10), no Hospital de Base, para dialogar com a diretoria sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em discussão.
O Iges-DF não tem acordo coletivo desde agosto de 2020. Hoje, funcionários e a diretoria do SindSaúde explicaram a importância de ter o documento e os prejuízos que têm sofrido por faltar referência para trabalhadores exercerem direitos e chefias estarem respaldadas para concedê-los.
A avaliação do evento é positiva, segundo a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues. “O Sindicato mostrou mais uma vez que atendemos as demandas do trabalhador e a categoria sabe que suas reinvindicações estão compiladas no acordo coletivo para atender as demandas”.
Na próxima semana, dia 15 de fevereiro, haverá um ato de concentração pelo acordo coletivo, às 12h, no refeitório do Hospital de Base.
“Na próxima semana retornaremos à discussão cláusula por cláusula do acordo, mas temos a palavra do presidente da CLDF de que buscará os recursos e da presidente do Iges de que o acordo será assinado”, completou Marli.
Café da manhã de união
Participaram do café da manhã com os funcionários a presidente interina do Iges-DF, Mariela de Jesus, o presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Rafael Prudente, a diretoria e a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, e a presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio.
Alvaro Leal, delegado sindical representante das UPAs, ressaltou a importância do acordo para garantir mais dignidade ao trabalhador do Iges-DF. “Nós lutamos tanto nessa pandemia e continuamos lutando e o acordo nos garante mais motivação para continuar salvando vidas”, afirmou.
Hudson Souza, delegado sindical no Hospital de Base, ressaltou a importância do acordo para que todos sejam “vistos e reconhecidos”. “O acordo nos dá direito e oportunidade. Precisamos dessa visão e abertura”.
Representando os médicos do Iges-DF, Dra. Cristhiane Gico, lembrou que a pandemia está longe do fim e agora a Saúde tem se desdobrado para, além dos pacientes com o vírus, atender os que convivem com as sequelas da doença.
“Quem trabalha aqui, trabalha num sonho. E sonhos dão trabalho. Temos caminho longo e nós médicos não estamos separados, estamos juntos. Não estamos brigando, só estamos dizendo para cumprir o que é de lei”, disse.
Documento é urgente
Depois de dois anos de luta, a presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, ressalta que a unidade, agora, é primordial para que o acordo saia da discussão e se torne um documento efetivo.
“O acordo é necessário e não dá para esperar mais. Ele é o reconhecimento de que estamos vendo o que o trabalhador já passou e está passando dentro das unidades e reconhecê-lo. Precisamos dele o mais rápido possível para dar mais estabilidade e dignidade aos trabalhadores do Iges”, completou.
Compromisso do Legislativo
Representando o Legislativo, o presidente da CLDF, deputado Rafael Prudente, ressaltou a luta dos trabalhadores mesmo com todas as dificuldades como burocracia, falta de recursos e insumos.
“Fico feliz quando vejo a garra de cada um de vocês porque sabemos das dificuldades diárias. E vamos trabalhar na prática para reconhecer e ajustar todos os pontos da demanda do acordo para que ele seja realidade”, prometeu.
Segundo Prudente, em 2021 a CLDF votou créditos orçamentários suplementares mensalmente para o Iges-DF e a luta agora será para incluir nos créditos pelo menos as perdas inflacionárias do ano passado no orçamento do Iges-DF para os trabalhadores.
Diálogo com a presidência do Iges-DF
A presidência do Iges-DF está sensível às demandas dos trabalhadores e de portas abertas, segundo a presidente interina do Iges-DF, Mariela de Jesus. Ela prometeu dialogar e tentar encontrar soluções financeiras, com ajuda da CLDF, para conseguir atender os pedidos dos funcionários.
“Não adianta prometer sem ter de onde tirar. Sabemos as dificuldades e volume de trabalho de cada um que está dando a vida para cuidar de outras vidas. E queremos reconhecer. E reconhecer não pode ser só agradecer, precisamos do retorno financeiro”, ressaltou.
De acordo com ela, algumas licenças já podem ser discutidas de forma mais direta para viabilidade, como é o caso de licenças maternidade e paternidade e folgas em dias de aniversário, por exemplo.
Ofício entregue
Durante o evento, a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, entregou à Mariela e ao deputados Rafael um ofício ressaltando a importância de avançar na discussão do acordo coletivo.
“Independentemente das condições de trabalho, da pandemia, de denúncias de que foi alvo o Iges-DF e trocas de comando, os trabalhadores não cruzaram os braços, longe disto, se dedicaram cada vez mais para fortalecer a instituição e prestar o melhor serviço possível à população do Distrito Federal e o acordo é uma forma de respeitar e reconhecer isso”, ressaltou Marli.
A luta pelo acordo tem gerado perseguição de alguns trabalhadores e o SindSaúde está atento ao que está ocorrendo. Nas próximas semanas, serão divulgados os nomes de cada um dos gestores que estão perseguindo trabalhadores.
“O que se faz aqui hoje não é uma luta ideológica, mas respeito ao trabalhador, seja ele da rede pública ou privada. O Iges-DF existe de fato e é formado por homens e mulheres que salvam vidas todos os dias. Este reconhecimento precisa ser cristalizado no Acordo coletivo de trabalho”, finalizou a presidente do SindSaúde.
Acordo Coletivo
O ACT é o formato mais certo de garantir direitos aos trabalhadores e tem sido construído com os funcionários e a gestão do Iges-DF. Ele trará mais segurança e tranquilidade na execução das atividades e um retorno direto à população.
Para o SindSaúde, um acordo coletivo faz com que os trabalhadores tenham mais segurança e tranquilidade na execução de suas atividades, pois é a forma mais certa de garantir direitos.
É importante destacar que o texto da minuta ainda está em negociação por ambas as partes e só estará valendo após a celebração com assinatura do diretor-presidente do Iges-DF e do sindicato.
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