Trabalhadores com restrições médicas denunciam que estão sendo relocados sem anuência do Sindicato, chefias e Conselho de Saúde do DF
Mais de 70% dos casos dos servidores da Saúde que possuem restrição médica são relacionados a quadros de ansiedade, depressão e locomoção. É o que afirma as pesquisas da Secretaria de Saúde e Instituto Dados.
Mas não é essa a preocupação que o governo tem demonstrado diante das doenças causadas pelas péssimas condições de trabalho, geradas pelo sucateamento na rede pública de saúde.
Todos os dias, profissionais estão sendo transferidos à revelia dos seus postos de trabalho. Em alguns casos nem mesmo a chefia tem ciência, e em outras coordenações tem feito pressões e ameaças à servidores que não aderirem a nova gestão do GDF.
“Economizar às custas do trabalhador. Não vamos permitir que os direitos e garantias já conquistados sejam destruídos. Essa é uma decisão do Conselho. Essas novas políticas têm que ser discutidas com a categoria, por que, nós que temos o dever de fazer. Nenhum trabalhador será movimentado para a Atenção Primária. Vamos antes discutir essa movimentação um a um”, declarou Helvécio Ferreira, presidente do Conselho de Saúde do DF.
SindSaúde, servidores e Conselho se reuniram nessa última terça-feira (04), para determinar diretrizes contra as portarias 77,78 e 141, além da criação do Instituto Hospital de Base.
“O sindicato acionou a Justiça para que possamos suspender as portarias. Não fazemos mais acordo com o governo. Por que para os sindicatos e imprensa o GDF anuncia uma proposta, mas todos os dias são denúncias e mais denúncias. Eles desrespeitam o trabalhador, que há anos está carregando a Saúde nas costas e comprovam ser incapazes de administrar a rede”, denuncia Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.
O Conselho garantiu que vai deliberar o controle da política e a fiscalização. E solicitou ainda aos servidores que negasse as determinações de transferência para outros setores. “Não é para atender esses pedidos de relocação. Não é para assinar, por que, se um assina afeta a união do coletivo e tira a argumentação do Conselho. Nós, vamos agir com o poder que esse conselho tem”, garantiu Helvécio Ferreira.
A proposta ajustada entre Conselho, SindSaúde e servidores foi: a criação da lista nominal de todos os trabalhadores que tenham restrição médica para que todas as ações que forem remetentes a esses servidores sejam acompanhadas.
Além disso, uma reunião foi agendada para dia dezenove de abril. Serão convocadas para a discussão a Secretaria de Saúde, Tribunal de Contas, Entidades de Classes, Conselho e trabalhadores.
“Não permitiremos nenhuma irregularidade e nenhuma ação intempestiva com relação a essa implantação da atenção primária. O servidor é o agente operacional do Estado. Sem eles não tem saúde”, finalizou o presidente do Conselho.