Os servidores do Hospital de Base (HBDF) estão preocupados com os puxadinhos que o governo está implantando para tratar prisioneiros de alta periculosidade.Alguns leitos do 8° e do 11°que estão reservados para receber detentos do sistema prisional do DF,não foram planejados por engenheiros e nem tão pouco por especialistas em segurança pública para atendê-los.
Para a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, o hospital não foi feito para ser usado como presídio, quando não é planejado a chance de alguma coisa dar errado é enorme, alguém vai acabar pagando com a própria vida.“Nós temos um exemplo que aconteceu em novembro do ano passado no HBDF,um paciente prisional tomou a arma de um agente da Papuda e se suicidou.No Gama teve um caso de um detento que atirou no policial e o matou.Então,o governo do Distrito Federal precisa discutir de forma séria o Hospital Penitenciário, porque aí sim, o engenheiro vai criar um hospital com espaços próprios e os profissionais serão treinados para assisti-los de forma adequada”,esclarece Marli.
Ainda segundo Marli,até uma simples pinça usada nos pacientes, pode virar uma arma violentíssima na mão de um dos presidiários.O que pode causar a morte da pessoa que for atacada, além de ser usada como arma para a própria fuga.E isso não é bom para o servidor da saúde que vem sendo tão massacrado por todos os governos que passaram, e ainda por cima, ganham de presente uma papudinha.
A presidente do SindSaúde quer chamar a atenção do governo para discutir a criação do Hospital Penitenciário o mais rápido possível.O HBDF atende qualquer vítima, não tem distinção, mas os pacientes prisionais após receberem os primeiros socorros, têm que ser encaminhados para o hospital penitenciário onde não vão colocar em risco, nem a vida dos profissionais,e nem dos pacientes que se encontram internados.Para Marli,como se não bastasse o problema da Funap, no qual os servidores acabam se tornando reféns em seu próprio local de trabalho, o GDF encaminha esses pacientes para o hospital onde não possui a mínima estrutura de segurança.
Segundo Marli,a questão da criação do hospital penitenciário precisa ser discutida, o governo não pode jogar tudo o que é de ruim em cima do servidor, ele sofre com a situação, mas acaba aceitando tudo calado, o que não podemos mais admitir.“É importante frisar que os pacientes que chegam algemados para a primeira consulta ou de retorno, têm prioridade, porque ficam expostos e a polícia reclama que há risco de resgate O paciente que está esperando há horas para ser atendido, é obrigado dar a vez ao detento. Acreditamos que um governo que tem bom senso, vai começar a discutir essa questão”, afirma Marli.