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quinta-feira, 28 março, 2024

Governo Rollemberg: caos generalizado reflete na Saúde

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Nas ruas, nos noticiários, nas escolas, nos hospitais. Para onde olha, o brasiliense se vê cercado de caos. Não somente na saúde, mas Brasília como um todo. Desde as derrubadas covardes das casas de pessoas que não têm onde morar, passando pela recente crise hídrica e culminando na morte de pacientes da rede pública. Não há um só canto do Quadrado que pareça estar funcionando minimamente dentro dos conformes.

O governo de Rodrigo Rollemberg vem tratando as pessoas como verdadeiros entulhos. A truculência da Agefis, por exemplo, que chegou ao ponto de passar com tratores por cima de animais, é uma questão imoral! Não estamos defendendo invasão de terras públicas, mas a forma como de lidar com o ser humano. Ele desocupou a orla do lago, mas não fez mais nada. Deixou as áreas demolidas abrigar e atrair violência, arriscando a vida das famílias que lá estão. Mais uma vez não queremos dizer que a invasão está certa, mas derrubar por derrubar e deixar ‘a Deus dará’ é atitude de governante que não tem projeto para Brasília.

O desemprego tem feito aumentar o número de ambulantes nas ruas, que são penalizados duplamente, sendo rechaçados pela fiscalização implacável. Em meio a tanta crise, cinco restaurantes comunitários foram fechados, prejudicando muitos que contavam com a refeição mais barata para suprir a energia de um dia inteiro.

Tantas mazelas em meio a denúncias de pagamento de propina confessadas pelo próprio vice-governador Renato Santana. A Câmara Legislativa também está no olho do furacão, em crise pela própria articulação do Executivo.

Nenhum outro governador conseguiu desagradar tanta gente em tão pouco tempo, dos mais pobres aos ricos. Na metade de seu mandato já é uma criatura que as pessoas têm repulsa. Se o governo não começar a entender que as pessoas não são entulhos num container, ele pode, além de responder criminalmente, manchar as páginas de sua própria história. Esse tipo de arrogância levou o governo de Cristovam Buarque à derrota nas eleições na década de 90.

Rollemberg usa a mesma fórmula nas escolas com as crianças. No ano passado, já em sua gestão, o DF não cumpriu as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ministério da Educação. O transporte público também padece com a omissão do Estado, que permitiu uma greve por quase 80 dias no Metrô. Nos hospitais ele destrata os pacientes e se distancia da saúde, talvez porque a burguesia a que pertence não o tenha tornado sensível às dificuldades do povo que governa.

Brasília tem sido vítima de duas pessoas. De um ex-governador que não sabia que ia perder e de um atual que não sabia que iria ganhar. Não há qualquer plano para a administração do DF. O povo não sabe com quem conversar. O Executivo não tem diálogo com a sociedade, não negocia com os setores organizados da sociedade, não tem projeto para a juventude, para cultura ou para empresários. Não há criação de novos empregos e nem estratégias para sair da crise. O GDF age como uma carpideira, que chora e queixa-se alegando ter herdado uma cidade quebrada.

O cenário estabelecido tem feito com que categorias se organizem para possíveis greves por falta de cumprimento de acordos. Não é esse tipo de governo que o povo precisa. Estamos citando todos os problemas do Distrito Federal porque tudo isso termina em Saúde. Tanto descaso adoece a população, que sofre ainda mais ao dar entrada nos hospitais, UPAs e Centros de Saúde.

Temos a pior cobertura de atenção primária, faltam profissionais, materiais, equipamentos e medicamentos, falta até energia nas câmaras mortuárias. Esse último, inclusive, talvez seja a melhor analogia a se fazer com a atual situação. O governo pode ser comparado ao necrotério do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), que está sem energia, exalando mau cheiro e lotado de corpos em condição de inércia para a eternidade.

No fechamento da pediatria do Gama uma cena muito chamou atenção dos servidores. Um garotinho de aproximadamente cinco anos, enquanto era removido da internação, pedia a mãe aos prantos para falar com o ‘dono do hospital’, pedindo que o deixasse ficar ali até que sarasse. São cenas como essas que nós temos visto todos os dias, em uma secretaria que simplesmente fecha setores e de uma Câmara Distrital que deixa de assumir um papel mais enérgico. Vivemos um verdadeiro abandono.

Onde o governo está colocando todo o dinheiro? Como está administrando as verbas destinadas para cada setor? O que é prioridade? Infelizmente, tudo está sendo preparado para entregar a Saúde de bandeja às organizações sociais. Rollemberg parece dever algo de muito valioso aos donos de OSs.

Ele pode pensar que não, mas a população o tem entalado na garganta e na hora certa irá vomitá-lo na lixeira. A saída mais honrosa para ele e toda sua equipe de incompetentes seria a renúncia. Rollemberg deveria desocupar o Buriti pois o povo está morrendo de todas as formas, inclusive de raiva.

Não podemos esquecer que o governo do Rodrigo Rollemberg não abre canal para conversar com os movimentos sociais. Tudo nesse governo é só montar um GT que resolve, mas não avança em absolutamente nada. Uma fala de uma ex-ministra nunca caiu tão bem para o momento: o povo está só.

Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde-DF

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