20.5 C
Brasília
quinta-feira, 25 abril, 2024

A ditadura matou usando o nome do Brasil. Repudiamos o golpe militar de 1964

Não podemos esquecer as terríveis marcas que este período deixou na alma brasileira, não há nada para ser celebrado, mas não esqueceremos

Saiba Mais

SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Três décadas após a redemocratização, mesmo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a vida política brasileira ainda não superou o período da ditadura e o flerte com a ideia de uma intervenção militar. Há quem queira comemorar o golpe de 1964, como fez o novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, em nota no dia 31 de março: “as Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País” e que a Lei de Anistia, de 1979, “consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia”.

Em seu artigo 1º, a Constituição diz que “todo o poder emana do povo”.

É importante nunca esquecer, porém jamais se pode comemorar, pois por trás da ditadura militar no Brasil há muito sangue, perseguição, dor e traumas que transpassam as barreiras físicas e encontram as entranhas da miséria humana e da falta de direitos e liberdades. Por isso, não se pode deixar de comentar o que realmente foi este triste período da história brasileira.

Foto: Domínio Público

Até os maus frutos de um governante durante um regime democrático não se assemelham as truculências de um regime ditatorial, pois a ditadura é infrutífera, destruidora e má.

Vala de Perus

Foi um cemitério clandestino da ditadura militar (1964-1985) em São Paulo, as investigações para identificar as ossadas não avançaram como esperado, e as famílias dos desaparecidos políticos seguem na busca de seus entes queridos. A Vala de Perus foi descoberta em setembro de 1990, quando a prefeitura decidiu escavar o local onde estariam, desde os anos 1970, dezenas de ossadas.

Foto:  Marcelo Vigneron

Era preciso que os simpatizantes deste regime cruel e sanguinário tivessem a oportunidade de acompanhar a exumação de 1.049 sacos contendo restos mortais, muitos deles misturados e sem identificação. Na época a prefeita de SP era Luiza Erundina e deu início ao procedimento. O que poderia ser um grande marco na divulgação do terror do regime, visto que havia a indicação de que o Doi-Codi para lá enviava suas vítimas, não avançou como o esperado ao longo dos anos.

Depois da exumação e de primeiras análises, constatou-se que metade daquelas pessoas foi morta de forma violenta, muitas à bala.

Foto: Carlos Bassan

Após 30 anos da abertura da vala clandestina, somente cinco desaparecidos foram identificados. Análises das outras 1.044 ossadas continuavam a ser feitas, agora no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo.  Assim, muitas famílias ainda questionam: onde estão os desaparecidos?

Dênis Casemiro, identificado em 1991; Frederico Eduardo Mayr, identificado em 1992; Flávio Carvalho Molina, identificado em 2005; Dimas Antônio Casemiro, identificado em 2018; e Aluísio Palhano Pedreira Ferreira, também identificado em 2018.

Afasta de mim este cálice

Há quem consiga debochar da angústia dessas famílias, como o então deputado, Jair Bolsonaro, ao posar ao lado de um cartaz que estava escrito: “Quem procura osso é cachorro”. Patético como sempre.

Bolsonaro encerra grupos responsáveis por | Direitos Humanos

Não se pode admitir que alguém exalte um capítulo tão doloroso do  Brasil. A ditadura arranca do povo a liberdade e os direitos, por isso ela nunca foi e nem será algo bom. Ser contra a ditadura é um sentimento humano, mais forte do que ideologia política ou posição partidária, ditadura é a destruição da democracia, do povo e da nação. DITADURA NUNCA MAIS!

Leia mais sobre a ditadura militar brasileira:

Documentários:

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

Estudo do SindSaúde revela perda salarial de 37,8% para os servidores da saúde, gerando revolta e mobilização

Ser aprovado em um rigoroso concurso público, atravessando diversas etapas em busca da tão almejada estabilidade e segurança na...

Mais servidores recebem pagamentos por direitos garantidos, quase 15 mil reais pagos

O departamento jurídico do SindSaúde continua a lutar incansavelmente pelos direitos dos servidores, resultando em pagamentos semanais para dezenas...

A ponta do Iceberg da triste realidade da saúde pública do Distrito Federal

A face visível do problema da saúde pública no Distrito Federal revela-se através de um cenário alarmante: metade das...
- Advertisement -spot_img
- Publicidade -spot_img