Desanimadora. Assim classificam os sindicalistas a reunião com o governador Rodrigo Rollemberg, realizada ontem, no Palácio do Buriti. O governo convidou os representantes das categorias de servidores do DF para propor que os reajustes – aprovados em 2012 – sejam pagos a partir de maio de 2016. A proposta foi rejeitada por todos os presentes. Uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira, ás vésperas das assembleias das categorias, que prometem parar o DF, caso o governo não pague – e logo – os aumentos concedidos na gestão de Agnelo Queiroz. O governo alega que não tem receita, que não havia previsão orçamentária e irrita cada vez mais os servidores.
Teste de paciência
Marli Rodrigues, do SindSaúde, acredita que o governador se surpreenderá nos próximos dias, caso insista no pagamento para daqui a sete meses. “Ou ele faz uma proposta decente ou Brasília vai virar um caos”, disse ela. Nas palavras dela, o governo está testando o movimento sindical. “Ele quer ver até onde vai a nossa paciência, mas a nossa paciência já chegou no limite”, anunciou. Irritados, os sindicalistas deixaram claro que não terá acordo. Marli insiste que o governador subestima a inteligência dos servidores. “Ele está achando que tá tratando com criança? Ele precisa tratar o movimento sindical como pessoas que raciocinam”, disse.
Armadilha
Com a proximidade da divulgação do relatório do primeiro quadrimestre de 2016 com a data proposta para pagamento, Marli Rodrigues acredita que trata-se de uma “armadilha” do governo para as categorias. “Se o relatório mostrar que ele está acima dos gastos permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ele não vai pagar. Ele quer ganhar fôlego e nós não vamos dar fôlego a ele”, sustentou.
Lobby
O governador voltou a pedir aos sindicalistas que façam lobby na Câmara Legislativa, para que os deputados distritais aprovem o pacote de medidas encaminhado para incrementar as receitas. Trata-se de, entre outras coisas, aumento de impostos. O governo enfrenta resistência no Legislativo, principalmente por não ter uma base aliada sólida. “Ele pediu para a gente ir falar até com a presidente Dilma (Rousseff)”, contou Marli. A tentativa do governador de ser habilidoso, conforme a sindicalista, irrita ainda mais os servidores. “Ele tenta subestimar a nossa inteligência”, continuou ela.
Fonte: coluna Ponto do Servidor, Jornal de Brasília.