Intenção do governo é reduzir o valor dos contratos por meio do enxugamento da folha de salários. No caso da Secretaria de Saúde, temor é que medida possa afetar a segurança em UPAs e centros de saúde
O governo do Distrito Federal ordenou às empresas de segurança e de serviços gerais que têm contrato com a Secretaria de Saúde que realizem cortes de 25% dos funcionários, na intenção de reduzir o valor das folhas de pagamento. A medida, justificada pelo próprio governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao deputado distrital Chico Vigilante (PT) como forma de equilibrar as contas, atingirá diretamente a segurança nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e nos centros de saúde, que ficarão desprotegidos durante à noite.
A recomendação foi feita às empresas Ipanema, Confederal e Brasília Segurança e deve atingir 1,5 mil empregados. As empresas procuraram deputados para pedir ajuda, alegando que faltam recursos para pagar os direitos dos empregados.
“O governo chamou os empresários da limpeza e da saúde e pediu que eles apresentem a redução de 25% dos empregados. Liguei para o governador Rollemberg, que me garantiu uma reunião na quinta-feira (8), para que possamos conversar com o sindicato dos vigilantes e as empresas com o objetivo de evitarmos essas demissões”, contou Vigilante.
O distrital lembra que muitos dos vigias e empregados da área da limpeza trabalham há anos nas empresas e alguns estão próximos da aposentadoria. “A demissão vai prejudicá-los”, lamenta o parlamentar.
O líder do PT na Câmara Legislativa foi informado pelas empresas que a ordem de demissões deverá ser estendidas a outras áreas. A próxima deverá ser a da educação, que também terá de fazer cortes de 25%.
Prejuízos
Chico Vigilante alertou, ainda, que, caso as demissões se concretizem, as UPAs e os centros de saúde ficarão “sem cobertura”. “Como ficarão as UPAs e os centros de saúde? Nos postos, existem equipamentos novos, que ficarão desprotegidos e que podem acabar sendo roubados.”
Sobre a justificativa do governador, o distrital disse que retrucou com Rollemberg que reduzir o número de empregados terceirizados nessas áreas para equilibrar o caixa não é solução.
O Fato Online entrou em contato com algumas empresas, que não quiseram se pronunciar oficialmente.
A Secretaria de Saúde informou que mesmo que haja redução de funcionários, os centros de saúde e as UPAs não ficarão desassistidos, pois as empresas, segundo a assessoria da pasta, estudam possibilidade de remanejamento para o período noturno.
Fonte: Fato Online