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terça-feira, 19 março, 2024

Brasília-DF: Greve dos servidores será ampliada.

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Um dia depois do início da paralisação dos funcionários da saúde, 32 categorias se unem hoje ao movimento, que protesta contra o não pagamento imediato dos reajustes. Ontem, apenas pacientes da emergência conseguiram atendimento

 A reunião entre dirigentes do governo e sindicalistas durou menos de 20 minutos e, como o Executivo local não recuou da decisão de pagar os benefícios aos servidores apenas em maio do ano que vem, 32 categorias organizam greve geral a partir de hoje. Órgãos como Departamento de Trânsito (Detran-DF) e Na Hora deverão suspender o atendimento. … Também não haverá aulas. Ontem, quem recorreu à rede pública de saúde enfrentou diversos gargalos. Os profissionais da área foram os primeiros a iniciar a greve. Pacientes que tinham cirurgias e consultas agendadas voltaram para casa sem atendimento. Apenas casos de emergência tiveram prioridade. Alguns hospitais recusaram receber doentes. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) operou com 50% das ambulâncias. Hoje, os servidores voltam a se reunir em assembleia para definir os rumos do movimento.

A movimentação nos hospitais transitou por dois extremos: de um lado, prontos-socorros lotados; do outro, pacientes dispensados ainda no portão. Em Brazlândia, a triagem não funcionou e a espera chegou a oito horas no hospital daquela cidade. “Não explicaram como estão atendendo. Aqui, normalmente é cheio, mas hoje (ontem) está insustentável”, reclamou o assistente administrativo Luís Alberto Ferreira, 29 anos. Ele chegou às 7h e às 16h ainda não tinha previsão de atendimento. “O que acontece nos hospitais é uma calamidade.”

A 65km dali, no Hospital Regional de Planaltina (HRP), pacientes aguardavam nervosos. Doentes não receberam medicação. Não havia técnico em enfermagem para administrar a dosagem dos remédios. “Nenhum paciente novo deu entrada. Os que já estavam lá estão sendo acompanhados na medida do possível. As pessoas eram aconselhadas a voltar para casa ou a procurar postos de saúde”, contou o aposentado Palmerom Carvalho Sousa, 70, que tinha uma consulta marcada.

Para a aposentada Maria Aparecida Alves Oliveira, 81, e a neta Elayne Ferreira, 12, a quarta-feira foi de peregrinação. Acordaram às 4h, saíram do Arapoanga com a intenção de conseguirem atendimento no HRP. Elas permaneceram na unidade por volta de duas horas. Sem o encontro com o médico, recorreram ao Centro de Saúde nº1 daquela cidade. Por volta das 11h, aguardavam o ônibus para voltar para casa.

“Não explicaram como estão atendendo. Aqui, normalmente é cheio, mas hoje (ontem) está insustentável”

Luís Alberto Ferreira, assistente administrativo que buscou atendimento no Hospital de Brazlândia

As unidades de pronto atendimento (UPAs), os postos de saúde e as clínicas da família ficaram às moscas. Gestantes, idosos e crianças sequer chegaram a entrar nesses locais. O discurso era o mesmo: “Procure os hospitais ou volte para casa”, repetiam os vigilantes, mesmo conscientes de que não haveria atendimento.

A ortopedia do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) passou boa parte do dia cheia. Apenas um médico atendia. No pronto-socorro, os pacientes mais persistentes insistiram em fazer a triagem e aguardar, mesmo com a incerteza. “Conseguimos mobilizar 50 servidores da enfermagem. Os atendimentos são aqueles de máxima urgência”, confirmou a servidora Márcia Alves.

Mais protestos

Três entidades encabeçaram a paralisação dos servidores da saúde: o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF) e o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Saúde de Brasília (SindSaúde). A articulação para a greve começou no início da semana. “Os presidentes de todas as categorias concordaram com a ação de greve. O prejuízo é para a população. Os problemas nos hospitais, nas UPAs e nos postos de saúde serão acentuados”, garante Carlos Fernando da Silva, vice-presidente do SindMédico-DF.

Para hoje, a primeira manifestação contra o Buriti está prevista para as 9h, em frente ao Hospital de Base. Funcionários da saúde prometem paralisação contra a implantação de organizações sociais na gestão dos hospitais. A categoria encara como “terceirização” dos serviços. “Os servidores são contra como está sendo feita esse processo. As OSs não melhoraram em nada a saúde onde foram implantadas”, rebate Carlos.

O governo não estimou os danos à população com a interrupção dos serviços. A Secretaria de Saúde informou, em nota, que o atendimento de emergência e ambulatório é mantido com 30% de servidores, como previsto em lei.

Escolas, Detran e Na Hora param

Durante todo o dia de hoje, servidores prometem protestos contra o “calote” do governo, na Praça do Buriti e em frente à Câmara Legislativa. Representantes do Movimento Sindical em Defesa do Serviço Público do Distrito Federal abandonaram a reunião com o secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, e o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, alegando a ausência de propostas, ontem. No fim do dia, os sindicalistas montaram o comando de greve. “Não foi apresentada nenhuma perspectiva de honrar com os nossos reajustes. Só ouvimos lamentos”, afirmou o líder do Movimento, Rodrigo Rodrigues. O sindicalista decretou a greve. “A atitude do governador em não nos receber só aumentou a indignação das categorias. O governo está descumprindo leis, caracterizando improbidade administrativa.”

Cerca de 470 mil alunos da rede pública do Distrito Federal ficam sem aulas hoje. A previsão do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) é de que os 30 mil professores ativos e 3 mil aposentados participem da paralisação de 24 horas. Segundo a diretora da instituição, Rosilene Corrêa, a postura do Executivo é colocar a população contra o servidor, alegando que o aumento dos impostos foi para custear benefícios. “É uma total falta de respeito. Queremos que a lei seja cumprida”, argumentou.

As cinco unidades de internação de menores infratores terão atividades como banho de sol, visitas e atendimento a advogados suspensas. “Apenas justificar a falta de orçamento não adianta, soluções têm que ser apresentadas para que não fiquemos no prejuízo”, diz Cristiano Torres, presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socieducativa (Sindsse-DF),

O secretário Marcos Dantas justificou a ausência de Rodrigo Rollemberg e explicou que o governador precisou visitar cidades atingidas pela chuva de terça-feira, como a Vila Basevi, em Sobradinho. “O momento é delicado e não podemos fazer nenhuma definição enquanto não soubermos quais serão nossas receitas para 2016. Não vamos fazer promessas sem saber se poderemos cumprir.”

Os sindicatos cobraram a apresentação de um cronograma para o pagamento dos reajustes concedidos na gestão passada. “Temos garantia de salário em dia até o fim do ano, agora estamos analisando todas as possibilidades”, acrescentou Dantas. Mesmo com a greve de servidores administrativos da Polícia Civil e Serviço de Limpeza Urbana (SLU), os órgãos garantem que não haverá danos à população.

Fonte: Blog do Sombra

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