Com os serviços suspensos há dois dias, a Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação Ltda tem deixado na mão servidores de 16 hospitais e quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Como entidade sindical, o SindSaúde respeita a mobilização dos trabalhadores em busca de seus direitos, mas faz um apelo ao GDF e à empresa para que resolvam a questão o quanto antes, garantindo assim que o funcionamento das regionais não seja ainda mais prejudicado.
A falta de alimentação para os trabalhadores já tem causado consequências nos atendimentos, pois agora o servidor precisa sair da unidade para comer, o que toma um tempo maior. E quando o assunto é saúde cada segundo conta. “É inaceitável que a situação tenha chegado a esse ponto, e o pior é que não há uma definição de quando será resolvido. Enquanto isso, servidores e população são afetados”, lamenta a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Marli ressalta ainda que a situação, às vésperas do 2° turno das eleições, é intrigante. “Me pergunto se não há alguma motivação política a fim de desgastar um ou outro candidato, visto que a Sanoli já tem contrato com a Secretaria de Saúde há mais de três décadas e sabe que não ficará sem pagamento. Além disso devem ter alguma reserva empresarial para segurar por mais tempo, pois é previsto que os serviços não podem parar por até 90 dias, independente de pagamento ou não. É no mínimo estranho ”, pondera.
O ‘vírus’ da terceirização
Não é de hoje que parcerias com empresas terceirizadas geram algum tipo de transtorno. As lavanderias da rede também têm apresentado problemas de organização desde a chegada do terceiro setor, há dois meses, como atrasos na entrega das roupas e manuseio errado de materiais limpos e contaminados. “Enquanto o servidor público se sacrifica e mantem o serviço, a empresa só visa o lucro. Este é o ande mal das terceirizações”, finaliza Marli.