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quinta-feira, 25 abril, 2024

Perseguição e assédio moral na Cardiologia do HRT

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Para nós do SindSaúde é lamentável ainda nos dias de hoje reportar casos de abusos nas regionais, mas infelizmente é isso que mais uma vez vamos retratar hoje. Duas técnicas de enfermagem da Cardiologia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) têm sido alvo de perseguição da enfermeira responsável pelo setor, Karolinne Fernanda Batista, que como cartada final de uma série desmandos e ameaças, removeu as servidoras do local onde trabalham há quase 20 anos.

A perseguição teria começado há cerca de um mês, quando Karolinne teria designado aos técnicos e auxiliares que ficassem responsáveis pelo armazenamento e contagem dos medicamentos psicotrópicos, uma função que só pode ser exercida pelo enfermeiro supervisor. Uma das servidoras então procurou orientação do Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren-DF), que confirmou essa determinação. Ao recusar-se a exercer o afazer, as trabalhadoras foram ameaçadas. “Ela afirmou que ali dentro (do setor) era para fazer o que ela mandava e que quem não a obedecesse seria mal avaliado e não ficaria mais na Cardiologia”, conta uma delas.

Favorecimento pessoal
Como se não bastasse sua intransigência, a enfermeira usou da máquina pública em favor próprio. No mês de outubro o pai de Karolinne, Antonio de Souza Batista, deu entrada no HRT com um quadro de Osteomielite, mas ficou internado na Cardiologia. Mesmo sem apresentar nenhum problema cardíaco, o paciente permaneceu no setor por seis dias sendo cuidado, inclusive, pelas servidoras que têm sido perseguidas por sua filha, gozando ainda de tratamento privilegiado como imposição da enfermeira.

A situação também foi questionada pelas trabalhadoras e, mais uma vez, o que se ouviu por parte da enfermeira foram apenas ameaças.

Diretor da regional ‘lavou as mãos’
A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, e o secretário-geral Vander Borges foram até a regional na terça-feira (18) para tentar resolver o impasse de forma amigável, mas sequer foram recebidos por Karolinne e pela enfermeira chefe do HRT, Ana Lúcia. “Somente pelo tratamento que elas nos dispensaram já podemos notar como são maltratados os servidores da Cardiologia”, avalia Marli. Diante da recusa, a direção do sindicato procurou Roni Mafra de Lima, diretor do HRT.

Perante o relato das servidoras e do SindSaúde, Roni limitou-se apenas a culpar o déficit de servidores e a falta de horas extras pela remoção. Por fim deu seu veredicto: a situação permanecerá como está. “O diretor claramente ‘lavou as mãos’ não intervindo nessa situação. Expusemos ainda que a enfermeira abusou de sua condição ao internar o próprio pai na Cardiologia com uma doença que nem remotamente é cardíaca, e mesmo diante dessa falta gravíssima ele não pareceu importar-se. É uma atitude estranha, para não dizer irresponsável, afinal, quem responde juridicamente pelo HRT é ele”, pondera a presidente. “A posição tomada por Roni é um absurdo. Essa não é uma simples remoção, é uma clara perseguição. Essas senhoras, com 50 anos de idade e quase 30 de Secretaria de Saúde, estão sendo sumariamente desrespeitadas”, lamenta Vander Borges.

Medida judicial
Após tentar, sem sucesso, resolver a questão por meio do diálogo, o sindicato prepara-se para buscar na Justiça a reparação desses abusos. “O nosso departamento jurídico já está a par da situação e fará o que for necessário para não deixar isso em vão. Os desmandos dessa enfermeira, que ocupa um cargo comissionado e sequer é concursada, e a conivência do diretor são uma afronta aos direitos dos trabalhadores, algo inaceitável para nós enquanto entidade sindical”, declara Marli. “Ela desonrou o serviço público e por isso será punida eticamente e judicialmente”, finaliza.

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